A Prefeitura de Salvador vai ouvir 2,5 mil participantes do Festival Virada, entre empreendedores, ambulantes e o público em geral, para uma pesquisa que visa analisar o perfil socioeconômico da festa. A ação é feita pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento, Emprego e Renda (Semdec) e ocorrerá nos cinco dias de evento com o objetivo de construir um histórico de dados dos festejos populares que possibilite construir políticas públicas com mais assertividade.
“Começamos, no Carnaval deste ano, a fazer um trabalho de acompanhamento dessa geração de renda durante os grandes eventos da cidade. À época o foco foi vendedores ambulantes, cordeiros, a turma que estava trabalhando e que a gente não conseguia mensurar a geração de renda. Com isso, expandimos essa ideia da operação para outros eventos e é a primeira vez que estamos fazendo no Festival Virada Salvador”, conta a titular da Semdec, Mila Paes.
Ao todo, dez pessoas trabalham na operação, e a meta é ouvir 500 pessoas diariamente. Nestes dois dias de evento, 1028 pesquisas já foram realizadas, sendo 562 com o público geral e 466 com trabalhadores e empreendedores atuantes, públicos-alvo da ação.
“Para quem é trabalhador e empreendedor, nós perguntamos a jornada de trabalho/carga horária, quanto ele está gerando de renda no período do evento, se possui vínculo temporário ou efetivo, se trabalha de maneira autônoma, com CNPJ, tempo de empresa, se já participou de algum programa de qualificação da Prefeitura e se tem interesse em empreender e se qualificar. Além disso, fazemos questões para o mapeamento social: escolaridade, gênero, raça. Tudo isso serve para que possamos direcionar a pessoa para o melhor programa de preparação e qualificação desenvolvido pela Semdec”, explica a coordenadora da operação, Cristiane Thomaz.
“Para o público em geral, perguntamos se a pessoa está empregada; se está desempregada, há quanto tempo está fora do mercado de trabalho; se tem alguma formação e qual é o segmento de atuação. Se trabalha, qual o salário que recebe, se já participou dos programas de qualificação, se tem interesse em se qualificar para o mercado de trabalho ou para o empreendedorismo, se já participa do Virada Salvador de maneira recorrente ou não”, complementa.
No final, a equipe da Semdec faz para ambos os públicos, tanto as pessoas que estão indo curtir como os trabalhadores e empreendedores, as perguntas de satisfação e sugestões que servem de insights para outras secretarias.
Análise – Após a coleta de dados, a Semdec fará uma análise econômica de geração de renda das pessoas entrevistadas. A expectativa é publicar os resultados da pesquisa em um prazo de 15 dias.
Segundo a coordenadora da operação, um ponto que chamou atenção já nos primeiros dias de pesquisa com os trabalhadores e empreendedores é que a maioria das pessoas que estão trabalhando no Festival Virada está fora do mercado de trabalho e gera renda apenas quando há eventos na cidade.
“Queremos entender também de que forma o evento impulsiona o aquecimento da economia, além de entender o quanto um investimento desse porte, por parte do Município, gera para a economia da cidade. Existem estudos voltados para a geração de renda pelo turismo, o quanto cada visitante que chega deixa na economia da cidade, somando hospedagem, alimentação, entre outras despesas. Mas o evento em si acontecendo também é um grande gerador de renda e de dinâmica econômica”, destaca Mila.
Ela lembra que a cada grande evento, a Semdec tem o desafio de fornecer informações e dados para a imprensa. “Então, a ideia é que a cada evento façamos essa operação e tenhamos um histórico de dados cada vez maior”.
Contato – Além da construção de um histórico de dados das festas populares, a pesquisa tem como objetivo fazer com que as políticas públicas que já existem, os cursos e programas municipais, cheguem para mais pessoas na capital baiana.
“Após a coleta de dados, nós iremos avaliar o perfil do entrevistado e convidá-lo a participar do programa que melhor atenda a necessidade dele. Por isso, estamos solicitando o nome do participante e o telefone de contato. Iremos mapear o percentual de frequentadores do evento que está fora do mercado de trabalho. Quem tiver interesse em se qualificar para o mercado, nós convidaremos para os nossos programas de preparação e qualificação. Se a pessoa estiver empregada, mas com o desejo de alavancar a carreira, convidaremos para outras iniciativas mais específicas”, conta Mila.