Representantes empresariais, pesquisadores e professores da UFBA, organizações da sociedade civil e do poder público de Salvador debateram, entre a quarta (6) e o sábado (9), no evento mundial Dia Donut Global 2024, projetos unindo economia e sustentabilidade. A iniciativa foi organizada pela Doughnut Economics Action Lab (DEAL, Londres) e a Donut Brasil, no prédio da HUB, no bairro do Comércio, em Salvador.
No evento destacou-se a necessidade da adesão aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para alcançar ações contínuas de proteção e preservação ao meio ambiente e a sociedade, como propõe a iniciativa conhecida Economia Donut, desenvolvida pela economista britânica Kate Raworth, com a finalidade de avançar sem ultrapassar as fronteiras ambientais do planeta e mantendo os limites socioeconômicos de uma vida digna e justa para todos.
O cogestor da Donut Brasil, Xavier Veciana, fala sobre a proposta do projeto. “O evento foi um festival de descobrimento e de debates sobre iniciativas de alta criatividade e impacto. A cidade mostrou que está cada vez mais consciente e ativa para inovar em ações e projetos que convertam Salvador em um modelo de cidade sustentável”.
Entre os empresários presentes esteve Paulo Henrique Oliveira, da organização Sistema B, movimento voltado para empresas redefinirem o modelo de negócio seguindo as pautas de bem-estar e sustentabilidade. “Chegamos num ponto em que precisamos cuidar da existência do nosso planeta para que a gente possa coexistir de modo saudável e viável economicamente".
O setor universitário apresentou os resultados de várias pesquisas em andamento voltadas para temas do meio ambiente. O Professor Celio Andrade, da UFBA, por exemplo, palestrou sobre ‘A gravidade das sete fronteiras ambientais que já foram rompidas no planeta com a emissão de gases de efeito estufa’.
Já as organizações sociais mostraram múltiplos projetos em funcionamento, dentre eles, reciclagem, programas educativos ambientais e culturais para a juventude, soluções de moeda social de microcrédito. Em sua fala, o pesquisador e liderança social, José Eduardo Ferreira explicou como no Acervo da Laje é organizada a preservação da memória negra e periférica soteropolitana com metodologia de obras-arquivo e a potencialização de ações educativas e de memória estética local.
Durante a programação, o evento apresentou palestras internacionais sobre casos de aplicação da Economia Donut no mundo e painéis e rodas de conversa com experiências diversas formas de fazer parte de uma história global de mudança ecossocial.