Foto: Fabio Charles Pozzebom/Agência Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva viajará à França de 4 a 9 de junho para uma visita de Estado, a primeira realizada por um chefe de governo brasileiro em 13 anos. A mais recente aconteceu em 2012, durante o governo de Dilma Rousseff. Um dos momentos mais importantes da agenda será a divulgação de uma nova declaração climática conjunta dos dois países, durante um dos encontros bilaterais entre Lula e o presidente francês Emmanuel Macron.
Os presidentes devem assinar 20 atos bilaterais, incluindo acordos de cooperação em segurança pública, educação, ciência e tecnologia, além de vacinas. Também se espera um anúncio de investimentos bilaterais. A corrente de comércio entre Brasil e França alcança US$ 9,1 bilhões, de acordo com dados de 2024, representando um aumento de 8% em comparação com 2023. Com um estoque superior a US$ 66,3 bilhões, a França ocupa a terceira posição entre os países que mais investem no Brasil.
"A visita ocorre em um período bastante favorável das relações bilaterais, com avanços em várias áreas. Durante sua visita à França, Lula se reunirá diversas vezes com Emmanuel Macron para discutir questões importantes para o relacionamento entre os dois países, bem como temas da agenda internacional, como a reforma da governança global, defesa do multilateralismo, combate ao extremismo e preparação para a COP30", afirmou Goldman.
Lula e sua comitiva embarcam na próxima quarta-feira (4). O primeiro compromisso em Paris ocorrerá no dia seguinte, com a cerimônia oficial de recepção no Pátio de Honra da Esplanada dos Inválidos, localizado na área norte do Hotel des Invalides. O local abriga cerimônias militares da França e é regularmente usado para desfiles e outras ocasiões.
Posteriormente, o presidente brasileiro encontra-se com Macron no Palácio do Eliseu, residência oficial do governo francês, em um encontro entre as delegações dos dois países, que será precedido por uma cerimônia de assinatura de acordos e declarações à imprensa.
Lula será agraciado com o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Paris 8 no dia 6 de junho. Ainda no mesmo dia, ele visitará a exposição em homenagem ao ano do Brasil na França, que ocorrerá no Grand Palais, principal centro de convenções francês. Segundo o Palácio Itamaraty, a programação da temporada brasileira na França incluirá uma variedade de eventos até setembro, em mais de 50 cidades do país. Elas abrangerão ações não apenas no campo artístico, mas também nas áreas de cooperação acadêmica, científica, tecnológica, educacional e ambiental, visando, a longo prazo, consolidar as relações entre os países.
No campo cultural, o presidente Lula será homenageado na Academia Francesa. A Academia foi fundada em 1635 e, ao longo de quase 400 anos de história, apenas mais 19 chefes de Estado receberam homenagens em sessão oficial. Dom Pedro II, em 1872, foi o único brasileiro a receber a honraria antes dele.
A presença de Lula na sessão do Fórum Econômico Brasil-França também está agendada. O evento contará com a presença de autoridades e líderes de negócios de ambos os países.
No mesmo dia, Lula estará presente em um evento que oficializa o reconhecimento do Brasil como país livre da febre aftosa sem a necessidade de vacinação. A aprovação do reconhecimento ocorreu durante a assembleia-geral da entidade, realizada em 29 de maio.
O presidente brasileiro deverá se reunir com a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, e seguirá para Toulon, onde terá outro encontro com Macron. Desta vez, será na Base da Marinha Francesa para discutir o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (ProSub). Essa visita é uma retribção à agenda francesa de março do ano passado durante a visita de Estado ao Brasil.
Lula recebeu um convite para participar de um evento em Mônaco no dia 8 de junho, que abordaria a economia azul, com ênfase na utilização econômica e captação de recursos para a preservação dos oceanos. No dia seguinte, o presidente viaja a Nice para participar da Terceira Conferência da ONU sobre os Oceanos, evento que deve contar com a presença de pelo menos 60 líderes mundiais.
Lula deve visitar a sede da Interpol, organização policial internacional liderada pelo brasileiro Valdecy Urquiza, delegado da Polícia Federal, em Lyon.
