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Inchaço nas pernas pode indicar lipedema: confira outros indícios.
Por Administrador
Publicado em 22/06/2025 11:05
Saúde

Foto:Kallyne Cafure Alves/Arquivo Pessoal

 
 
 

Assim como muitos, a professora Kallyne Cafuri Alves acabou engordando durante o período de confinamento imposto pela pandemia de covid-19. Depois que as restrições sanitárias foram relaxadas, ela retomou uma alimentação mais saudável e começou a praticar exercícios, porém o peso extra persistia, principalmente nas pernas.

 

 

 

 "Elas estavam constantemente inchadas, com uma aparência desagradável, e eu experimentava muita dor." Kallyne, que reside em Vitória, no Espírito Santo, recorda-se de estar usando uma calça jeans espessa e bastante úmida.

 
 
 

Em um dia, a docente compartilhou uma carona com uma estudante que, por acaso, mencionou que precisava ter muito cuidado com a prática de exercícios e a dieta, pois sofria de lipedema, uma condição que provoca acúmulo de gordura nas pernas, dor, inchaço e outros sintomas. "Ela expressou exatamente o que eu sentia!", relembra Kallyne. Foi quando sua percepção despertou.

 

 

 

 Após o diagnóstico de um profissional de saúde, ela reexaminou sua vida e notou que sempre experimentou dores incomuns nas pernas. Ademais, finalmente compreendeu por que elas começaram a adquirir uma aparência distinta, "semelhante a uma casca de laranja", à medida que Kallyne se desenvolvia. A docente também percebeu que não estava isolada:

 
 
 

Proveniência genética

 
 
 

 Segundo Vitor Gornati, médico especialista em Cirurgia Vascular e Endovascular, o lipedema foi inicialmente descrito na década de 1940, porém só começou a ser mais estudado por pesquisadores e especialistas há aproximadamente 10 anos. Gornati, que também é membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, estima que de 10% a 12% das mulheres brasileiras sofram da doença em algum grau.

 
 
 

Em 99% dos casos, o lipedema afeta mulheres, uma vez que é uma condição que, de alguma maneira, está ligada ao estrogênio, um hormônio feminino. Portanto, ela atinge áreas onde o indivíduo possui mais esse receptor específico de estrogênio, causando o aumento de gordura. E é uma enfermidade de causa genética. "Normalmente, identificamos que alguém na família também possui ou já teve lipedema", esclarece Gornati.

 

 

 

 O especialista corrobora a visão de Kallyne e afirma que o lipedema costuma manifestar-se já na adolescência, porém, geralmente são ignorados.

 
 
 

Gornati acrescenta que o indivíduo com lipedema também está mais propenso a sofrer danos vasculares, ou seja, desenvolver hematomas sob pressão reduzida. Um estudo recente realizado pelo Centro Médico da Universidade de Vanderbilt, nos Estados Unidos, envolvendo mais de 900 participantes, revelou que as mulheres com lipedema apresentam uma prevalência 11 vezes maior de varizes.

 
 
 

Vitor Gornati, médico, concorda: "Tenho muitos pacientes que me dizem: 'Nossa, eu sofro com essa perna há 20 anos e ninguém nunca me informou que isso tinha um nome'. Há pacientes que choram no consultório, aliviadas, pois antes pensavam que estavam naquela situação por culpa própria, por terem cometido algum erro. Ainda mais quando está associada à gordura, que possui todo um estigma.

 

Agência Brasil

 
 
 
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